sexta-feira, fevereiro 17

capítulo II - do conhecimento (nosso)

¡¡plof!!...
escutámos este leve som à nossa direita
torcemos a vista para o lado
e
comprovámos como deslizava...
tratava-se de uma matéria embranquecida e viscosa em forma de fumo
olhámos, agora, para ambos os lados - circunspectos
e
assegurando-nos de que ninguém se deu conta do fenómeno...

boquiabertos ficámos ao vislumbrar como sobrevoava, o nosso espaço, um grande e imaculado albatroz descolado de seus companheiros que migravam rumo a neptuno
o senhor lagarto disse então:
- Sólo le faltó, al estúpido animal, soltar una gran carcajada y señalar con un ala...
e
não mais disse.
porque não era permitido que as orelhas dos não iniciados o ouvissem


mas nós...
estamos longe
muito longe
de pertencermos a essa classe a que - alguns - chamam excêntricos

somos portadores - isso sim - de uma lucidez sem limites
somos deuses

aprendemos isso nos velhos livros
logo...
somos os portadores da ciência antiga
e
cultivamos uma retórica muito própria

com os velhos sábios aprendemos todos estes - muitos - segredos
e
tendo em conta tudo isso
aceitámos com alegria
o niilismo
e
a negação do todo - e do tudo...

nosso inferno é azul
e
com essa cor equipámos a grande orde que enfrentará - num evento desportivo - o exército dos anjos, dos incubos e dos sucubos que os homens criaram

acreditamos,  no entanto, no poder dos sentidos
nas nossas capacidades de fabricar génios e loucos

o nosso mestre era portador de uma visão
e
foi devorado por ela

o nada

com ele nos iniciámos no ilusionismo
e
outras sensações que os homens não aceitam
e
muito menos reconhecem.
a sua loucura deu-nos a conhecer a lucidez e a desesperança

apesar de tudo...
aqui estamos para revelar outros pensamentos
e
decifrar os vossos sonhos
e
se o quiserem -----> adivinhar futuros


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