sábado, novembro 24

reflexão divina




estava eu nisto neste meu sobre o salto 
em sobressalto 
quando reflecti que deveríamos ter cada um 
cada qual um ritmo sólido 
ido 
digo bem 
cada um para o lado respectivo porque o lado contrário não resulta tão bem 
o lado contrário 
ou melhor 
no lado ao contrário somos como uma família às avessas com netos 
os nossos 
meus 
digo mesmo os meus natais 
depois lá vamos rua fora a passar como se passássemos juntos obrigados a dizer sempre 
como um 
digo eu 
porque não podia mesmo ficar calado

como não me lembrava... não entendi que me viessem lembrar 
lembra-me para me lembrar 
e
talvez um dia
me lembre...  
e se bem me lembro... caiu um o avião 

não me lembro de mais nada.

sábado, novembro 10

a casta princesa - parábola poética e triangular


meu amor... 
a mente raciocina e o amor move o sol e as outras estrelas... 
lembro-me perfeitamente..: a princesinha cresceu casta e pura e, por ironia do destino, teve um filho. um filho concebido (mesmo) sem pecado - dizem ter sido obra de uma laranja descascada. 
isso. descascada. 
um dia a princesa foi conversar com os amigos de um deus barbudo 
e
disse: são mil, mil e não mais de mil, as maravilhas do ano dois mil e... o poeta completou já vinte anos.
os amigos do deus barbudo nada disseram
e
não disseram, porque não entenderam muito bem o alcance das palavras da princesinha...

vai daí o poeta apareceu com um saco de maçãs e disse: tenho vinte anos mas não permitirei que alguém diga que essa é a minha idade. a mais bela idade da vida.
então uma maçã caiu e questionou: qual a primeira coisa que me veio à mente quando acordei?
o poeta, alarmado, escreveu um belo poema que desperta todas as manhãs e, à noite, deita-se no seu leito transformado num imenso insecto

estupefacta, a princesinha, pensou e repensou.
e
do seu repensar disse para si: acho que já chega... não deixarei seguir esta história mais além. com estas cadeias associativas, ainda acabarei doida
quase num repente o poeta ordenou: agora assine o meu poema, sem pensar - como se fora um cheque!...


esta mensagem é, não mais que uma ténue imagem das muitas brincadeiras reais. daí se infere que a princesa era amada 
temida. praticava jogos, na maioria malévolos. jogos que poderiam trazer consequências à sua sombra. não a ela.

o filho da princesinha, esse, cresceu e entendeu que a nobreza tem destas coisas. o rapaz aderiu à ordem e nunca mais comeu cachorros quentes

sexta-feira, novembro 9

uma pequena oração para combater o stress



sábado, outubro 27

extra.... 1 quase parábola




O princípio anerístico é o da APARENTE ORDEM e
o princípio erístico é o da APARENTE DESORDEM. 


desordem e ordem não passam de conceitos.
meras divisões... diversões
uma e outra face da mesma moeda.
ao olhar a realidade chegamos a outras realidades... ideias sobre a realidade. mas isso é realidade? 




quando a mulher se tornou mulher, lao tsé alcançou com o êxito (por todos esperado) o nirvana. porém a serpente, a que seduziu eva, farta que estava do paraíso, partiu para umas férias merecidas e esqueceu que tinha um blog para divulgar os princípios que norteiam a lei. 
éris, a grande deusa, abriu conta no facebook e entretem-se a disparar as fontes da discórdia entre os "amigos" (milhares deles).
os tempos são de mudança e, as parábolas escasseiam.
os nossos papas gozam as delícias dos tempos mortos e arriscam outros percursos em demanda do kaos.
um dia, vai para muito tempo, mung (o grande apóstolo do kaos) alcançou a árvore dos tempos e, pendurado nos dias que escorrem,  viu uma multidão circundando uma lagoa. um monge budista tinha mergulhado nas águas - precisava de ajuda.
o pobre monge não podia nadar. não o sabia (os monges não sabem nadar). o povo aproximava-se perigosamente das águas revoltas do lago. mung observava. apenas observava e... meditava.
mung, ali pendurado, tomou uma decisão. uma decisão iluminada pelo espírito da deusa de todos nós - crentes do sacro kaos.
“é muito simples,” pensou.
"vou fazê-lo," repensou
e mung caminhou sobre as águas e estendeu os seus cinco dedos (5 é o número sagrado) e, em vez de dizer ao monge: - dá-me a tua mão... disse: - toma a minha mão e os meus cinco dedos.
então mung e o monge tornaram às margens do lago e beijaram-se
o monge agradecido abandonou buda e iniciou-se no kaos. criou um cisma erisiano e duas cabalas.
salvé ÉRIS!...

terça-feira, agosto 7

capítulo III - satanás... (?)

e se pudéssemos voltar a conhecer (juntos e profundamente) aquela figura a que deram o nome de satanás
a que evoca algo mais que
a inveja
a cólera
a avareza
e
o abandono
que identificamos como nossos piores impulsos...

a que dizemos estar próximo daquilo a que chamamos brutalidade - que coloca os seres humanos em pé de igualdade com os outros animais

com os lobos…

o mal parece roçar o sobrenatural

o que reconhecemos mesmo - no vento que nos afaga o rosto e nas sombras que nos seguem na noite… - nada tem de diabólico.

reconhecemo-nos
somos sempre nós
e
somos sempre totalmente o outro

segunda-feira, agosto 6

capítulo III - do demoníaco


um demónio é um espírito, muitas vezes, desnorteado (sem norte)
e
gerado por um servidor...
utilizamo-lo
e
reprogramamo-lo
não devemos, no entanto, pagar os respectivos direitos de autor (ele é obra nossa)
e
entrementes...
será aconselhável alimenta-lo por via de uma egrégora
porém
se o reprogramamos...
o demónio poderá perder o vinculo com o olimpo

melhor será alimenta-lo pelo servidor

lidar com um demónio...
os demónios
gostam de passar desapercebidos
mergulham - muitas vezes - num mar de racionalismos
gostam de controlar
e
não ser controlados
portanto o controle demoníaco escapa-nos por entre a programação do nosso ordenador

anulemos
não
combatamos
o combate favorece o poder - torna-o mais forte por mais defensivo
claro... temos de entender que, os demónios, na sua maioria são entidades que não estão (ainda) aptos para serem desconectados
dependem de tal forma do sistema, que nos atacarão se optarmos pelo estado caótico