terça-feira, fevereiro 7

da neo-teologia (referências)

sempre nos disseram
e
nós julgávamos que sim - ... que para se ser papa é preciso ter muitos anéis nos dedos, vestir rendas (muitas rendas) e, nos pés, uns lindos sapatinhos vermelhos da prada.
é isso...!

e
estávamos convencidos porque: "si non è vero è ben trovato".
claro...
mas nada mais falso.
ainda que nos tenhamos precavido
e
tudo adquirido - a preço de saldo...
é evidente.
e
como é sabido - já somos, há muito, papa - faltava-nos, contudo, os adereços. apenas isso.
os adereços.
pronto!...
uma vez com anéis, rendas aplicadas num saiote branco (acetinado) e uns lindos sapatinhos (comprados aos ciganos no mercado da nossa cidade), lá fomos presidir à cerimónia ritual do templo.
fiéis, sacerdotes, bispos e demais corpo litúrgico ruíam-se de inveja à nossa passagem - acontece também entre os nossos irmãos (essa coisa da inveja).
e
então com a crise que grassa por estes lados...

bom...
fomos ao templo
e

preparámos tudo.
parecerá, até, absurdo... mais...; quem nos ler (se é que há quem nos leia), acusar-nos-à - por certo - de plágio.
mas não.
aqui não há plágios. nunca.
somos mui respeitadores das normas e dos direitos de autor.
cumprimos com todo o rigor os ritos burocráticos em jogo nestas coisas da escrita
e
só publicamos originais qb. não mais.

passemos à narrativa, porque o tempo é escasso e o espaço do blog limitado.

presidimos à cerimónia. uma cerimónia absoluta...
e
elogiada como "obra de arte total".
uma espécie de um "não vai mais" da inter-relação grupal.
um magma de fluxos, bits, pixels e pulsações electro-magnéticas muito próximos de uma cultura-esponja a cujo interior se pode aceder até pelos poros
uma cultura que, uma vez dentro, dificilmente se sai
uma nova configuração do mundo onde, como é natural, não há hierarquias
e
tão pouco pretensões a isso...
onde todos se relacionam com todos - como um todo (um pouco como na bíblia e no facebook).

então...
tivemos uma visão aprofundada de sírios. quase tão fiel quanto no "google earth".
é...
o nosso acto cerimonial conseguiu a mimésis simulacral mediante uma visão da realidade icrónica.
isso...!
inútil será pôr ordem neste rito
uma vez que o seu modelo é o de um grande motor de busca.
e
como é sabido por todos
os motores de busca não nos informam de forma ordenada e racional. antes estabelecem não-hierarquias processuais em função da frequência e acesso à rede.
a nossa comunidade religiosa é uma rede.
e
assim o fiel não tem outro remédio que aceitar a desordem na abordagem puramente episódica do tema dos nossos sermões
e
dedicar-se ao recurso das largas passagens do discurso teológico.
isto é a verdade.
sobretudo...
quando são citados temas filosóficos sobre a postura dos crentes ou quando, simplesmente, se glosam temas científicos, semióticos, poéticos e outras narrativas afins.

temos de estar disponíveis para tirar partido dos links e da comunicação visual cibernética.
ah pois...!
e
também explorar as vantagens das redes sociais gozar a instantaneidade do tempo e espaço virtuais deslocalizados dos componentes computadorizados móveis.
isso!
quê? não perceberam?...
olhem que nós também não.
mas...

não nos acham - pelo menos - simpáticos?


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