terça-feira, agosto 7

capítulo III - satanás... (?)

e se pudéssemos voltar a conhecer (juntos e profundamente) aquela figura a que deram o nome de satanás
a que evoca algo mais que
a inveja
a cólera
a avareza
e
o abandono
que identificamos como nossos piores impulsos...

a que dizemos estar próximo daquilo a que chamamos brutalidade - que coloca os seres humanos em pé de igualdade com os outros animais

com os lobos…

o mal parece roçar o sobrenatural

o que reconhecemos mesmo - no vento que nos afaga o rosto e nas sombras que nos seguem na noite… - nada tem de diabólico.

reconhecemo-nos
somos sempre nós
e
somos sempre totalmente o outro

segunda-feira, agosto 6

capítulo III - do demoníaco


um demónio é um espírito, muitas vezes, desnorteado (sem norte)
e
gerado por um servidor...
utilizamo-lo
e
reprogramamo-lo
não devemos, no entanto, pagar os respectivos direitos de autor (ele é obra nossa)
e
entrementes...
será aconselhável alimenta-lo por via de uma egrégora
porém
se o reprogramamos...
o demónio poderá perder o vinculo com o olimpo

melhor será alimenta-lo pelo servidor

lidar com um demónio...
os demónios
gostam de passar desapercebidos
mergulham - muitas vezes - num mar de racionalismos
gostam de controlar
e
não ser controlados
portanto o controle demoníaco escapa-nos por entre a programação do nosso ordenador

anulemos
não
combatamos
o combate favorece o poder - torna-o mais forte por mais defensivo
claro... temos de entender que, os demónios, na sua maioria são entidades que não estão (ainda) aptos para serem desconectados
dependem de tal forma do sistema, que nos atacarão se optarmos pelo estado caótico

sábado, agosto 4

I adenda ao capítulo II - mistérios




em concílio os nossos 8 papas analisaram o mito e o rito do grãossíssimo albatroz porque o rito e o mito são dentro da ontologia que defendem o resultado
e
o resultado prende-se com a realidade social ao articular-se na civilização tendo em conta os produtos materiais e espirituais dos albatrozes
e
das gaivotas
logo não devemos deixar de alimentar as gaivotas porque elas são sagradas e o grande albatroz gosta
então as realidades produzidas por mitos e ritos são reais porque estão ligados e inter-ligados pelos mitos e ritos primordiais do espectáculo
e
o mundo condicionado pelas mentes é outra chamada à realidade do grande albatroz
tudo está ligado à chamada realidade porque a realidade oferece extraordinárias propostas para a renovação da natureza
e
é muito importante por estar ligada a natureza à sociedade nada é portanto inteiramente fictício e tão pouco real
logo a gula das gaivotas em nada se compara com a dos gaviões marinhos ou do grande albatroz que se opõe à sociedade porque precisamente
sim
os nossos 8 papas (faltaram 5 para evitar os 13 e todos sabemos que 13 pode dar azar) após análise paciente revelaram que a natureza é mero espectáculo e acrescentaram ser um produto da realidade verdadeira
ou seja
o lado inferior da civilização que não obstante o produto ilustra de forma afirmativa o contrário do que nos é transmitido via senso comum
a lógica do argumento dos nossos papas é considerada
porque a tese dos astros celestes está certa porque revela a verdade
e
é definitiva pelo facto dos objectos que representam a natureza terem surgido em simultâneo com o grande albatroz
e
daí se infere que os astros têm evoluído de forma vulgar
então os mitos primordiais estabeleceram-se no mundo ou digamos que o mundo se tornou produto da civilização e a civilização realizou o projecto no interior dos mitos onde parte da realização se deve aos deuses que caminham
logo podemos sempre concluir que há deuses masculinos e femininos
e
que representam a força que paira por cima da terra
e
a terra representa a feminilidade desses princípios
os papas consideram que o masculino é o grande albatroz e o feminino as restantes gaivotas
as erupções da terra criaram por assim dizer novos mitos com o objectivo primeiro de modificar o mundo e a ritualização dos mitos
é a causa por assim dizer do céu estrelado
e
da perfeição petrificada
no período das grandes gravitações surgiram também novos mitos mas esses pouco nos interessam porque nessa altura a deusa éris ainda não tinha revelado o grande albatroz
e
consequentemente os nossos templos ainda não tinham sido implantados porque simplesmente não havia fiéis
concluiremos que nesse período os astros não passavam de pedras e só muito depois é que se transformaram em bolinhas que se ligaram entre si por pastilhas elásticas também chamadas curvas gravitacionais fomentadoras de naturezas ou produtos da sociedade espectáculo

quinta-feira, agosto 2

parábula das beatas

um cinzeiro
no cinzeiro dezenas de beatas
as beatas rezavam .................... com muita fé
cristo ergueu-se das cinzas
e
vociferou .................... : - eu sou deus!
e
as beatas em coro ......... : - salvé!... aleluia, salvé!
foi nessa altura que uma maçã caiu sobre o cinzeiro
então
uma bela deusa surgiu para dizer ..........: és um petulante, não passas de um simples crucificado com a mania das grandezas!
e
cristo, no alto da sua arrogância, disse .....: - quem és tu que me provocas?
ao que a bela dama respondeu ......: sou éris, a deusa da discórdia!
e
muitas outras maçãs desceram dos céus

as beatas fugiram do cinzeiro