quarta-feira, janeiro 11

I apócrifo


a violência é doce
escorre como mel


se a memória não me trai...
... se o esquecimento é o nada...

a violência late
e
esse nada
altera-se com o passar
das horas
dos dias
dos meses
quiçá dos anos

a violência e a doçura são as duas faces da mesma moeda
coisa de humanos - e justifica-se neste percurso iniciático que abre caminho através da floresta - dos paradoxos
cada dado tem as suas faces. lancemo-lo no pano negro do kaos.

a sorte ou a condenação do tirano discute-se ao azar...

o desespero nunca está vazio sob o olhar da lua
irrompe

"a destruição é (mesmo) um acto criativo"... (já o dizia bakunine)

daí que seja prematuro o condenar
tudo se justifica

injustificável - porém - é tão só dar a outra face como apregoava o crucificado

não
não recorro ao uso de enfeites que deixam (por vezes) o argumento flutuar. recorro
ao instinto
à liberdade...
a violência é a violência. ela está aí. em todos os minutos. em todas as horas...
não há como ultrapassar.

pois...
o vinho escorre pelas madrugadas
e
do mesmo tamanho é a janela por onde te assomas. a revolta é um espaço
e
o espaço jamais será suficiente para a traição

tudo tem um preço.

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